domingo, 18 de março de 2012

O mito cotidiano de Orfeu. 
  Orpheus by Franz Von Stuck, 1891.
 Fonte visionsofwhimsy.blogspot.com.br

    As narrativas de mitos e suas metáforas[1] foram utilizadas durante toda a história humana para informar e educar, talvez dos mitos tenham surgido as primeiras parábolas[2], contos verossímeis que há milhares de anos conscientizam e alertam sobre os riscos de uma má conduta.
   O mito grego de Orfeu, por exemplo, pode dizer muito sobre os relacionamentos amorosos. Quanto mais em um mundo cheio de possibilidades e aventuras afetivas as quais estamos expostos, cotidianamente, nós e nossos entes amados. Orfeu é na mitologia grega o patrono da música, que por amor a sua finada esposa, Eurídice, desceu até as profundezas do Hades (morada dos mortos) para buscá-la. Pelas notas de sua lira[3] ele encantou o cão Cérbero, feroz guardião do submundo que possuía três cabeças e alimentava-se de corpos. Ao se encontrar com o deus Hades, senhor de todas as almas e soberano das profundezas, com melodia Orfeu o fez refletir sobre o amor entre os mortais, mais intenso pelo fato de estar fadado a acabar, por mais que os seres humanos se amem. 
   Consternado, o deus compreendeu a falta, a saudade e a perda as quais nós, homens e mulheres, estamos sujeitos. O deus Hades então permitiu que Eurídice seguisse seu marido para fora das profundezas, mediante a condição de que Orfeu não olhasse para trás até que ambos atingissem a superfície. Orfeu deveria confiar que ela o seguiria. Próximo de alcançar a luz do Sol Orfeu deu uma olhadela para trás, e logo que seu olhar cruzou com o de sua esposa, esta foi tragada por uma ventania de volta para o abismo de Hades. 
  A falta de confiança em si mesmo e em sua amada derrotou o herói! O mito de Orfeu ensina, entre outras coisas, a confiar em quem amamos e a confiar que também somos amados.    


[1]Metáfora s. f. emprego de um termo em sentido figurado, em que a significação natural de uma palavra é substituída por outra, só aplicável por comparação subentendida . Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
[2]Parábola s. f. Narração alegórica que envolve algum preceito de moral, alguma verdade importante.
  [3]Instrumento de cordas dedilhadas usado na AntiguidadeFonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.

Orpheus and Eurydice, Christian Gottlieb Kratzenstein, , 1806 
  


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