terça-feira, 17 de abril de 2012

Fotografia e pintura moderna


Fotografia e pintura moderna
 Daguérre e o daguerreótipo-1839

   Em 1835 um pintor, cenógrafo, físico e inventor francês chamado Louis Daguerre criou o daguerreótipo, ou a primeira máquina fotográfica. Essa invenção foi aperfeiçoada por vários homens, descobertas científicas e contextos de vanguarda que viriam a modificar a forma como se produzia e interpretava imagens.
   A fotografia era um tipo de retrato mais fiel e rápido, a qual fez com que os antigos retratistas, os pintores, tivessem motivo para desenvolver novas formas de expressão, pois a simples cópia da realidade podia já ser feita por um equipamento mecânico. Em 1861, em uma aula sobre a teoria da cor na Universidade King's College de Londres, o físico escocês James Clerk Maxwell (1831–1879) apresentou a primeira fotografia colorida da História. Os pintores tinham que reagir imediatamente.
 Primeira fotografia colorida feita por Maxwel (1861)
   As tintas industriais, o cotidiano urbano e os avanços na ciência ótica, além da quantidade crescente de pessoas que compravam arte e liberavam os autores do mecenato estatal (governo e Igreja), permitiam que os artistas pintassem fora de seus ateliês e observassem, de forma empírica, como a luminosidade interferia nas cores. Partindo daí houve infindáveis experiências pictóricas e conceituais, a Arte mudaria drasticamente.
   Um artista chamado  Gustave Courbet  (1819-1877), pintor realista e socialista francês, substituiu o romantismo academicista e lírico por uma representação fruto de observação direta. Sua obra mais representativa deve ser o quadro A Origem do Mundo (1866), obra rejeitada e pouco compreendida em seu tempo, um grito à liberdade e ao conceitualismo na Arte. Talvez a pintura não retrate a origem do mundo propriamente dita, porém, todos os que compõem o mundo tiveram origem em “local” semelhante.
 A Origem do Mundo (1866), Gustave Courbet, Museu de Orsey, Paris. 
   Claude Monet (1840-1926), pintor impressionista francês, registrou a experiência luminosa utilizando como tema a catedral de Rouen, em horas e estações do ano diferentes, provando que a cor diz respeito à reflexão dos raios luminosos e não ao pigmento efetivo contido na substância vista.
Catedral de Rouen, França, por Monet
   Os cubistas e construtivistas, por exemplo, pretenderam transformar a pintura em um objeto tridimensional. Esses artistas esperavam criar desenhos a partir de figuras geométricas, de forma que o observador pudesse construí-los com seu próprio olhar, observá-los e descobrir novos ângulos como se a obra fosse uma escultura.
     Menina com bandolim (1910), Pablo Picasso
   No entanto, a proposta estética mais radical do Modernismo coube à pintura abstrata, onde os artistas negavam completamente a figuração argumentando que a obra surgia de sua própria subjetividade, sem que eles precisassem ter como tema algo que estivesse exterior a eles mesmos. Radical? Com certeza. Bonito? Nem sempre, mas o conceito é ótimo. 
Jackson Pollock  , Action Painting (1949), nº 8.












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