quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ícone de ferro e fumaça.










Art by Vinicius de Moraes                                                                                                                            

Ícone de ferro e fumaça

  A imagem de uma locomotiva traz consigo uma infinidade de lembranças: um passeio de trem, o som pesado de suas rodas de ferro e seu apito, em ponto, todos os dias, o Blues inspirado na cadência dessa máquina formidável; fato é que ninguém fica indiferente à passagem de uma locomotiva. Não é possível desviá-la, não é possível laçá-la. 
  A locomotiva foi tema do cinema desde a primeira sessão, em 1895, feita pelos irmãos Lumiére, os inventores do “cinematógrafo”. Entre os filmes havia um chamado “A chegada de um trem na estação”[1], dizem que alguns espectadores fugiram ao ver o trem se aproximar. A locomotiva tornou possível o transporte eficiente de pessoas e mercadorias, foi símbolo do progresso e do colonialismo na África e na Ásia, assim como romantizada e utilizada como tema na arte moderna européia, na América e talvez por onde tenha passado significou liberdade e ilusão; quando tudo estava mal pegava-se o trem pra outro lugar.
  Advento do século XIX, símbolo da Revolução Industrial, a locomotiva foi negligenciada no Brasil, que priorizou as rodovias em uma política desenvolvimentista irresponsável. E pensar que o Barão de Mauá chamava a atenção para os trens ainda no reinado de Dom Pedro II, quando este era jovem. Em Minas, virou expressão idiomática: “trem de doido”, em referência aos trens com pacientes que eram encaminhados para o hospício de Barbacena[2]. Sei até de um time de futebol americano[3] que tem locomotiva no nome.


[2] Foi construído numa fazenda que havia pertencido a Joaquim Silvério dos Reis, o traidor da Inconfidência Mineira, que recebera a propriedade com prêmio para o “serviço prestado”. Hoje em dia abriga a maternidade de Barbacena. http://www.fhemig.mg.gov.br/pt/banco-de-noticias/235-complexo-de-saude-mental/1718-o-trem-dos-loucos--moacyr-scliar 





2 comentários:

  1. Bom dia Harethon!
    Meu nome é Marcelo Negs. Faço parte da diretoria do Minas Locomotiva Futebol Americano. Ótimo post sobre a locomotiva, grande "ícone de ferro e fumaça". Faço um convite para comparecer em nossa próxima partida em casa válida pelo campeonato mineiro de futebol americano, dia 25/05! Como podemos entregar os ingressos para você?
    Sucesso!

    ResponderExcluir
  2. Valeu Marcelo, eu conheço vocês, sou amigo do Cristiano Amaral e fã do time, mas pequeno demais para jogar. Me convide pelo Face(Harethon Silveira Domingos)e então daremos mais publicidade. Um abraço enorme, valeu por ter lido.

    ResponderExcluir